segunda-feira, 31 de maio de 2010

Equação

É sempre assim, durante a semana eu corro daqui e dali, me desdobro na tentativa de fazer da menina uma psicóloga. Os dias de feira se arrastam pelo calendário encardido, são os dias de palavras flutuantes, resignificações, confronto com as verdades infames desse mundo de entendimento duvidoso. Sufoco, desespero, correria, exasperação, chateação, conflito, decepção, inverdade, vieses, incompletude e desesperança. Palavras, frases, sentidos, críticas, construção, juízo, acordo, compreensão, desdobramentos, linguagem, comunicação, interesse, atenção e desesperança transitória. Renovação, evolução, revolução e probabilidade, talvez completude. Mudando algum mundo.
Os dias de feira se encerram, aí surge uma outra possibilidade. São dois dias e meio que passam em dois segundos e meio, independentemente do quão suavemente as mãos se enlacem. Importância, intenção, mãos, beijos, pele, desejo, calafrios, afeto, vontade, anseio, estímulo, essência, olhos fechados, elogio, admiração, palavras, enfim: amor.
Meus pensamentos saem da burocracia tão adorada e odiada e se focam em desrazão, nessa irracionalidade imprevisível. Meu fim de semana é você. A noite de domingo chega e parece irreal entender que a saudade já pesa antes mesmo de você ir embora. As obrigações aparecem, a realidade me atinge e chegam os dias de páginas e racionalidade.
E é assim, pouco me importa que os dias de descanso acabem e os esforços me inundem em outra segunda-feira cada vez mais caótica. Meu fim de semana só poderia ser você.