segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Equilíbrio

Se os anos não podem dizer como pensar, o que poderia? Tento entender a complexidade que se desdobra, e o que me resta é entender o simples, o tangível. Ironia é constatar que o mais óbvio é o que tende a passar despercebido, já que o compreensível não me intriga e não me afeta.

Enquanto a cabeça calcula, organiza, tentando resolver tudo que surge, compreender o que é dito e se manter em segurança, o peito aperta, explode, tentando encaixar o que sabe que preenche, lidar com o não-dito e se arriscar no improvável. O intelecto vira as páginas, processa as frases e verifica as palavras, mas o sentimento desliza nas páginas, dá sentido as frases e ressignifica as palavras.

As questões da razão falam alto, gritam, por vezes até pertubam, mas mesmo assim as questões do sentir também se fazem ouvir. Acho que devo ser mesmo esquisita, já que quanto mais sou ciência, tanto mais sou coração.