domingo, 21 de novembro de 2010

Fita Métrica

É no mínimo irônico que enquanto ela se descabela com as possibilidades sensatas em horas impróprias você preserva a vaidade intacta, a cabeça erguida e a lucidez intocada. Isso quase irrita, só não chega lá porque as ondas de temperança quebram bem perto da praia. O sorriso se segue, esclarecedor, incrédulo, mas ainda sim intencionado.

Não é que chegando mais perto o sorriso parece fora do lugar, torto, enferrujado? A situação parece envolta por uma grossa camada de lucidez questionável e vaidade solúvel. A cabeça pende nos ombros, balançando para todos os lados, às vezes acertando a indicação de mirar o teto.

Enquanto ela se guia por quase nada, e entende não muito bem o que fazer quando ele entrelaça os dedos suavemente nos dela, você insiste em parecer impassível. Veremos o que acontece quando por trás do cimento trincado surgir sua borboleta.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Desfibrilador - Dez oito

Desfibrilador - Dez oito

Somente porque isso tem que estar aqui, não faria sentido não estar, mas eu sinto que é mais da Gabi do que meu. Quem sabe um dia eu chegue lá...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Precedendo o dez

O que queima agora é algo além daquela cinza com resto de brasa de outros tempos. O fogo que surge não se explica com atribuições costumeiras: pessoas e ocupações. É um fogo que surpreende, queima por si só, com a possibilidade de que eu possa ser simplesmente quem eu me permitir ser, alguém aí entende?
Sem fim e sem começo, fluxo e intenção. O que aqui e ali se expressa, não passa da mais supostamente inexplicável constatação: sou sendo e muito mais.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

De Pernas para o Ar

Hoje foi o dia em que a menina ficou com os pés logo onde deveria se ver a cabeça. E não saberia explicar nada além disso, todo aquele alvoroço não lhe permitia. Pelo menos não hoje, não hoje.