segunda-feira, 19 de abril de 2010

Metonímia

Queria saber dizer o que acontece quando todas as verdades parecem ganhar lugar devidamente apropriado. Não sirvo para ser bem resolvida, pois as turbulências que se seguem atestam a verdade fugidia. Assim tento constituir no indescritível um sentido, síntese das idéias difusas que rebatem aqui dentro.
É uma vontade de que a intencionalidade se concretize, no entanto, pressinto uma total falta de disposição e simplesmente me entrego. A desistência me angustia, me corrói, me inunda. Enquanto o aperto na garganta insiste, o mais puro dissabor me invade. É assim, antítese do que me faz respirar cada vez mais fundo.
Os dentes se cerram intensamente e os olhos vão perdendo força, aos poucos vão pesando. Enquanto o peito exposto se descortina cada vez mais, surge aquele receio inevitável de não saber onde começa e onde termina cada sorriso. Cada sorvo inebriante retumba uma consternação que pouco se explica e muito se experiencia.
Não consigo manejar as palavras que despendem pretensões previamente estimadas. Sobram-me fonemas perdidos na satisfação de entender essas frases faltantes em letras e que transbordam sentido intrínseco. O sorriso que transparece indica algo que transcende o imediato, o claramente observável.
Vou sonhando até surgir em preto e branco a inverdade temida. Os momentos de tensão dão lugar a dias cada vez mais coloridos e incalculados. É o suspiro que encerra a realidade prenunciada: o medo de ser felicidade.

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