terça-feira, 3 de maio de 2011

Churrasco e buquês

Sem falso moralismo, me atrevo a dizer. Para mim é árduo o exercício de tentar entender porque as pessoas associam comemoração com banho de sangue. Qual é o sentido em transformar felicidade em violência e violência em abarrotamento? Por que será que as coisas não podem ser medidas pela plenitude, pela inteireza quando nos entorpecem de contentamento e podem sim ser medidas pelo excesso quando nos matam aos poucos e nos fazem definhar?

Desde quando arrancar a rosa do pé e agüentar alguns espinhos virou sinônimo de romantismo, ficando em nossas mentes por breves instantes e em nossas vidas por instantes mais breves ainda e perecendo logo a seguir? Desde quando morrer de amor virou algo belo e nobre e viver de felicidade virou falsidade e insensatez? Desde quando clichês viraram o ansiosamente esperado e a inovação ganhou caráter perturbador? Desde quando aplaudem nossas paráfrases e rechaçam nossa voz crítica? Desde quando incitam nossa racionalidade às custas de ignorar nossa irracionalidade?

E sou assim, só assim posso ser, sendo mais desrazão do que razão. Enquanto a essência do incenso invade a casa inteira e as notas me circundam e inebriam, me sinto assim, mesmo que só por um reles momento: plena e satisfeita.

2 comentários:

  1. Carol,
    Que privilégio da Vida ter conhecido você!
    Se tivéssemos, ao menos uns 100 jovens como você, descompromissados com os clichês que entorpecem a mente que mente e compromissados com o balé da alma, nosso planeta já estaria experimentando a iluminação!!!
    Envie aos seus pais a minha reverência e gratidão pela filha que eles permitem que você seja!!!
    Brilhe sempre!
    Paula Baccelli

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  2. Ah, Paula, fiquei até emocionada com o seu comentário. De esquisita a índigo, a vida é mesmo engraçada.
    Também considero um privilégio te conhecer, você me mostra dia após dia um mundo que tava bem na minha frente e também dentro de mim, que eu conseguia sentir, mas não conseguia entender. E é agora que eu começo a entender, a dar sentido, mesmo q seja só um pouquinho.
    Muito obrigada por me ajudar nessa empreitada.

    ;*

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