quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Faz de conta

(essa é minha tentativa, um tanto falha, de me concentrar mais, me dispersar menos e criar algo um pouco mais ritmado, achei clichê, meio não-Carol, muito extenso e basicamente ruim, mas...)

Você está aí, na porta de malas prontas
Os pés tocam a calçada
E você se vai

Eu bem que reparei que o dia está nublado
Tudo está exatamente como você deixou
Seu travesseiro ainda está na cama
Mas eu ainda nem dormi

Você está lá, na estação de trem
As mãos tremem
As pernas vacilam

Eu bem que percebi que algo não se encaixava
Tudo está exatamente como você deixou
Aqueles seus sapatos estão no armário
Mas eu ainda nem troquei minhas roupas

Você está ali, no restaurante sozinho
A garganta aperta
O coração vacila

Eu bem que entendi que você mentia
Tudo não estava como antes
Aqueles recadinhos ainda estão na geladeira
Mas eu ainda nem consegui comer

Você está por aí, tentando seguir em frente
O sorriso está enferrujado
A voz está hesitante

Eu bem que tento te convencer
Tudo que eu falo
Eu diria mesmo pra você
Como se a gente ainda estivesse no mesmo lugar

Eu ainda quero que a verdade seja que você mente
Eu ainda quero que você me deixe preocupada
Eu ainda quero que a gente se engane dizendo que é pra sempre
Eu ainda quero que a certeza seja que não acabou
Mesmo que nada faça mais sentido
Mesmo que você nem se pegue mais pensando em mim

Eu vou deixar a porta aberta
Eu vou deixar a chave debaixo do tapete
Eu vou deixar a luz da sala ligada
Só pra ver se você volta

Eu vou deixar seu travesseiro na cama
Eu vou deixar seu sapato no armário
Eu vou deixar os recados na geladeira
Só pra ver se você volta

Todos dizem que eu estou me iludindo
E que você não vai voltar
Mas quem sabe de nós, não é?

Quando você voltar a gente pode fingir
Agir como se você nunca tivesse ido
Seu perfume ainda inunda a casa
Até parece que você ainda está aqui

Todos tentam me convencer da “verdade”
E falam que estou melhor sem você
Mas quem sabe de mim, não é?

Quando você voltar a gente pode mentir
Pensar que você saiu pra trabalhar
Sua câmera ficou em cima da mesa
Até parece que você ainda vem buscá-la

Todos falam de nós dois
Como se soubessem de tudo
Mas quem sabe a verdade, não é?

Quando você voltar a gente pode sair
Ver um filme, rir, andar de mãos dadas
Sua guitarra está encostada no canto
Até parece que você ainda vai cantar pra mim

Todos pensam que me entendem agora
E tentam me consolar com palavras sem sentido
Mas quem sabe o que dizer, não é?

Quando você voltar a gente pode se amar
Se envolver, se enlaçar, noite afora
Nos conectar como fazíamos antes, sabe?
Naqueles momentos em que tudo fazia sentido

Eu ainda quero que a verdade seja que você mente
Eu ainda quero que você me deixe preocupada
Eu ainda quero que a gente se engane dizendo que é pra sempre
Eu ainda quero que a certeza seja que não acabou
Mesmo que nada faça mais sentido
Mesmo que você nem se pegue mais pensando em mim

Eu vou deixar a porta aberta
Eu vou deixar a chave debaixo do tapete
Eu vou deixar a luz da sala ligada
Só pra ver se você volta

Eu vou deixar seu perfume no ar
Eu vou deixar sua câmera em cima da mesa
Eu vou deixar sua guitarra no canto
Só pra ver se você volta
Quem sabe você volta...

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