segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Km 664

Antes essa inverdade inutilizada do que aquele otimismo vazio, aquele sorriso enferrujado, aquela certeza oca. Queria saber dizer dessa solidão manejável, com todas as palavras em ordem e os predicados no lugar. As luzes que se desdobravam pela noite com fim definido só faziam embaçar as razões.
As árvores laterais viram nada mais do que um borrão verde enquanto as teclas cantam e as letras se seguem. O barulho do vento se espreme por entre as frestas da janela e ensurdece. As vozes se misturam naquele pequeno espaço e as intenções não surgem. Uma vez...
A claridade sensibiliza os olhos semi-cerrados. As mentiras ficam reclusas, desnecessárias. O acinzentado do céu explica. E o controle que escapa? Vou tentar fugir dessa chuva antes mesmo de ser inundada de entendimentos.
As vontades se desfazem por trás de cada palavra dita, de cada racionalização forçosa. O asfalto remendado exaure.

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