domingo, 31 de janeiro de 2010

Transparência e Mariposas

Pouco me resta
Esse farfalhar constante
As asas que se agitam, se movem
O debater de um entendimento

As vontades que incendeiam uma parede
O pensamento que acende no instante
O iluminar que escapa por cada fresta

Nessa sinestesia de fascinação
Uma atração que se traduz em não saber
Instigando um instante
As palavras somem, a essência se faz

Em trânsito livre: cá estou
E não estou mais
As letras deslizantes da mais singela expressão
O sentido que se perde, para logo se encontrar

Um caos controlado
Um ócio ocupado
Uma possibilidade disponível
Um berro contido

Reações ao insistir dos mais insistentes
Meu espetáculo prescinde da platéia
Cada possibilidade ao meu dispor
Pouco demando, síntese de imprevisibilidade

Seguem, insubordinadamente, rastejando
Transgridem, aos poucos, a obviedade lúcida
Incomodam, irritam, perturbam
Debatendo-se pela intencionalidade da desordem, desrazão

Vou assim, misturando tudo
Confundindo o ontem, o hoje e o amanhã
A verdade insolúvel
Os insetos desejantes
A expectativa inconstante

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